Mudei o tema do Blog

Depois de um tempo sem escrever nem passar por aqui, hoje senti vontade e acabei notando um erro do meu blog. O tema do meu blog era: Por que a alma não descansa. Ooops. Errei! O que não descansa é a mente, a alma descansa sim, é eterna, portanto atemporal. Notei também que apesar de querer falar de alma eu estava falando de mente, para a mente e com a mente. Difícil esta separação, mas possível. Quero ser mais alma do que mente, mesmo precisando da mente pra ser alma. Então, mudei o tema do blog, afinal, tenho uma alma infinita, presa a um corpo mortal.

Depois de um tempo

Depois de um tempo Acredito que começo um novo tempo Tempo que não defino, tempo sem tempo Tempo sem passado, presente ou futuro Tempo que vai, que vai volta Tempo que voa Tempo, só uma palavra Que não cabe dentro do tempo É tempo de amar!

Fagulha na eternidade

Hoje minhas memórias e pensamentos parecem estar distantes. As lembranças do meu passado, momentos da minha vida ecoam na mente e são tão longínquos. Por incrível que pareça no quarto que estou predomina o silêncio, silêncio que permite que eu pense um pouco. Que deixa meus batimentos cardíacos mais calmos e raros. Por que tudo parece que passou a tanto tempo? Ao mesmo tempo que tudo passa muito rápido, parece que tudo que passou passou há tempos. Vejo nas fotos os rostos como eram e como estão hoje, imaginando como serão daqui um pouco, vai chegar rápido, mesmo parecendo que foi há muito tempo. Talvez seja a sensação de eternidade que confunde a mente, tempo este que vivemos, fagulha, perto da eternidade, imensurável.

Gostaria de ter mais tempo para mim. Pra parar, pra respirar. Pra não ouvir ninguém. Parece impossível na multidão de São Paulo.
São as cartas que recebi da vida, joguemos então com elas.

Gosto de ficar aqui, comigo mesmo, mesmo que seja rápido, amanhã já vai parecer que foi há muito tempo.

Tijolos, sempre tijolos.

Hoje acordei pensando em tijolos
Não, os tijolos me fizeram pensar em tijolos
Acordei mesmo pensando em mim criança
Me vi com dentes de leite e rindo

Senti-me no meio do pasto na relva da manhã
Senti-me correndo no campo num dia quente de verão
Senti-me o calor do sol no corpo
Senti-me a palma das mãos a pulsar

O pavão que grita e canta dizendo que lá está
Os pássaros que insistem em seu regozijo
As árvores que se dobram diante daquele que não vemos
Ele que vem não sei de onde e volta para onde não sabemos

O Rio que se me faz observar
Segue seu curso constante
Imponente, imutável por vontade própria
Produz seu fruto e beleza

Reflexo da natureza perfeita
Pelo menos do que ainda resta dela
Hoje apenas em meus pensamentos
Por que insistem em roubá-la de mim
Colocando Tijolos, sempre tijolos.

Estar observador

Por diversas vezes me peguei observador
Nada passa desapercebido do meu olhar
Chego até a pensar que estou em outro lugar
Gosto de deixar a imaginação crescer
Nascer para que brote um sorriso em minha boca

Das arvores vejo florestas
Das flores vejo jardins
Dos pássaros ouço o canto
E junto com eles canto também

Observando mudo de tom
Mudo para não ouvir o que está ao redor
Ouço o que está para além de mim
Entro no mundo da dança, do romance

Como me encantam os versos
Como me encanta a beleza humana
A abelha, que tanto encanta salva
O beija flor com suas visitas apaixona

Ao soprar do vento as folhas caem
Fecho os olhos e sinto a brisa
A brisa que me faz querer viver
Sensação de que sou eterno

Este eterno amor que brota do peito
Amor que queima e incendeia
Amor que faz querer correr
Rolar na grama

Assim observo a vida
No meu canto, sozinho
Onde encontro com minha alma
Ela, minha eterna amiga

Até pensei

Esta música é tão linda que a publiquei aqui. O Chico Buarque é meu maior orgulho de ser brasileiro.




Até Pensei
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque

Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via
Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade morava tão vizinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha
Junto a mim morava a minha amada
Com olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via
Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha

Aos que me serviram

Passei por belos momentos de alegria com minha família. Os abraços, os beijos, as declarações mútuas de amor, os sorrisos. Fazia tempo que não nos reuníamos e é muito gostoso rever 'velhos' rostos. Rever os meninos que já não são tão meninos assim. Rever as vovós que com muito carinho nos acariciam o rosto dizendo que estamos lindos, que ainda guardam nossa foto na Bíblia e oram por nós todos os dias.

É bom ver o seu Tio dizendo que falou com Deus, e este deu a ele a previsão de tempo de sua vida. Momentos de alegria.

Conhecemos a nova integrante da família, tão querida, tão pequena e delicada. Foi um fim de semana especial. Sempre afirmo que esta é verdadeira razão da nossa existência.

E tudo isto aconteceu graças a eles. Sim, uma família por outro lado nos servia. Pensei neles ontem o dia todo, a noite toda e hoje cedo continuo a pensar.

Quero então prestar esta homenagem a eles, afirmando em primeiro lugar que não sou digno de que me serviam. Eu deveria serví-los.

Mas eles o fizeram com carinho, com muito amor e dedicação. Toda nossa alegria foi somada por causa deles. Eu não sei o nome de nenhum deles, só trocamos alguns olhares, uns sorrisos e uns 'muito obrigado'. Eu deveria ter falado isto pra eles ontem, mas não falei.

Por esta razão escrevo e deixo aqui, guardado neste pequeno texto, não sei até quando, mas aqui está, a eles, aos que me serviram ontem, meu muito obrigado. A vida é linda e pessoas como eles a tornam mais especial.