sexta-feira, 20 de novembro de 2009

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A morte de Ivan Ilitch

Tolstói, na grande novela A morte de Ivan Ilitch retrata de forma majestosa a história do Juiz de instrução que enfrenta a dura realidade da morte como uma certeza. No livro ele trata profundamente conceitos existenciais e nos leva a uma reflexão profunda da vida. Cada personagem tem características definidas e muito bem detalhadas, perfeitos como só um gênio poderia citar. Os momentos de dor e morte apresentados ao decorrer da leitura são angustiantes e tendem a ficar vagando pela mente por algum tempo.

Casa-se por interesse, e tem que lidar com a realidade fria das pessoas cujo papel na sociedade estão sob sua mesma visão ou realidade social/econômica. Não enxerga isto até o momento que tem que lidar com sua doença. A partir de então toda a hipocrisia vivida pelos personagens será exposta de forma tal que tem-se a impressão ter sido escrita em nossos tempos.

O personagem encontra na simplicidade e no amor o único descanso para suas dores horripilantes; o olhar de seu filho e os cuidados de Guerássim o mujique. Os conflitos familiares são da mesma forma retratados com realeza e causam desconforto quando contrastados com os conceitos pré-estabelecidos por nossa sociedade.

Vale a leitura consciente para aqueles que tem fome pela verdade.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pequenas e delicadas....

São pequenas as porções, como gotas de chuva que caem sobre o vasto oceano. Como o soprar de um vento na densa floresta, são pequenas como é um grão de areia no deserto. São como as notas do piano, tocadas com leve mãos e inspiradas por divinas melodias.

Os tic-tac do relógio em uma madrugada silenciosa e calma. São pequenas como o início das coisas, de onde nasceram grandes moveres. Gestos de paz e amor.

Por menores que sejam, em cada instante e momento são as porções que deixamos por onde passamos. Elas nunca mais voltam, vão-se da mesma maneira que vieram. Celebro as boas novas. Que venham cheias de entusiasmo!

Como um bom cálice de vinho.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Folhagem novas de uma velha árvore.



As novas folhas ficam tão lindas sobre a velha árvore.
Nela sinto inspiração e noto o quanto a natureza é pura e linda. Eu a fotografo, guardo-a em minha alma.

O caminho, a verdadeira felicidade está aí. Há tanta beleza, tanto poder em sua criação. Nela os pássaros vivem em festa, acordam cantando, vivem e também nascem.


Ela encosta no parapeito da minha janela, assim tão perto posso tocá-la, posso senti-la. Com o soprar dos ventos seus balancar toca meus ouvidos e sorrio pois sei quem a colocou ali. Me alegro pois ela é uma das sobreviventes da floresta que um dia aqui esteve.

Ela me faz sentir vivo, me traz esperança e posso voltar a sonhar. Sonho um dia poder desfrutá-la de forma plena e eterna.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Alguns motivos pra ficar zangado

Imposto (sem retorno algum)
Trânsito de São Paulo
Transporte público de São Paulo
Políticos
Mulher que fala palavrão
Alguém sentado em lugar especial fingindo que dorme
Jogar lixo na rua
Churrascaria
Lugar de não fumante com um fumante do lado
Manter um carro
Falta de educação do brasileiro (em geral)
Fanatismo do futebol
Religiosos
Rede globo
Celular com som alto (tocando música)
Moto barulhenta
Shopping Center
Preço do cinema e da pipoca do cinema
Ser privado de estar com minha família
Não ter direito de andar a pé durante a noite (só se tiver coragem)
Elevador lotado
Pessoas sem consciência social nenhuma
Arrogância de médico
Desejar o bem e quase sempre exercer mais o mal
Deixar de viver os pequenos bons momentos da vida

terça-feira, 10 de março de 2009

Pequenos grandes momentos

Sinto a delícia de um cheiro de dama na noite, perante o frescor da noite, paro. Fecho meus olhos e respiro profundo. O cheiro exala em minhas narinas e corre doce feito mel pelo meu corpo. Meus pulmões se enchem de um ar de paz e tranqüilidade, como se todas as coisas tivessem início e acabassem ali. O leve frescor da noite me faz delirar, sinto que encontro uma razão para viver, um raro momento onde nada me passa na mente, deixo de lado a loucura dos homens e passo a viver meu momento. Ali, sozinho, sem ninguém. Encontro meu eu, converso com meu corpo, ouço barulhos que são apenas meus. Verossímeis são os calafrios e terrores, os frios na barriga e disparates do meu coração. Encontro deliciosos caminhos. São lugares opostos, onde a maioria não pode entrar e não faz parte, sim, a distância aumenta e também aproxima, pois como um burro teimoso insisto em querer voltar. Distante do palco da vida, daquilo tudo que aprendi e sou. Fora da roda vida. Quão insondável viagem é esta? Estes pequenos momentos, segundos talvez, transformam a vida, moldam nosso caráter e nos dão novas esperanças na busca objetiva pelo conhecimento e pela redenção de uma vida com maior sentido.
Como estou aprendendo, me apaixonando pela vida vivida fora da vida.

Tudo isto é extremamente salutar!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Este meu amigo!

Preciso honrá-lo. Afinal não é comum.

Nos conhecemos através da música, até então eu era bem ignorante de técnicas musicais, notas, acordes. Eu era um bom ouvinte. Musicalmente falando houve um tempo em que deixei de respeitar meus verdadeiros gostos, mas também deixei de respeitar outros valores. No bom momento, momento de paz e encontros, eu o conheci. Aviso que não faltaram pedidos. Para o céu, para o chão, para todo lugar. Chegou.

Até hoje somos grandes e seremos eternos amigos. Extravazamos. Da música, para a religião, da religião a liberdade da filosofia. Casamos. Hoje dividimos nossas dificuldades, lutas, alegrias e logicamente, as músicas e a filosofia.

Fui então presenteado com algo bastante incomum: uma música. Sim, resumindo nossa história através das notas do nosso instrumento amado: o violão. Amicitate se torna o lugar onde nossa mente vai longe, do mais alto monte ao mais profundo abismo.

Não é assim nosso sentimento? Não é assim que nos sentimos? Sim, a vida é uma eterna viagem, viagem de sonhos, pensamentos e esperanças.

Caminhando junto, te agradeço Diegão pela amizade verdadeira. Amo você meu brother.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Porção necessária

Qual a porção necessária de poesia para criar uma canção? Uma pitada de sorriso, um pouco de olhar, o silêncio. A camera lenta, as rodas a girar bem lentamente. Os pássaros a cantar, dançar e brincar na areia. Um casal de mãos dadas, ao beijos trocando carícias. Pais sorrindo, girando e brincando com o filho pequeno. O vento a soar, a brisa a soprar e um suspiro profundo. O coração a arder, batendo mais forte e a alma sonhado, viajando a lugares distantes e quem sabe ainda vindouros.

Talvez assim um dia eu cante.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Occupation 101

Assistam este vídeo, vale a pena. Ele vai ajudar a quebrar alguns mitos que temos sobre o conflito entre Israelenses e Palestinos.

http://video.google.com/videoplay?docid=-4059024493735334793

Eu mesmo estava enganado em muita coisa.